sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Meses áridos VII - A mensagem

Nesses tempos de tanta comunicação nada é fácil. Mas nada há de ser tão difícil quanto a aspereza da incompreensão. Bem, talvez isso não chegue a ser praga tão relacionada aos tempos modernos, é verdade. O fato, entretanto, é que aflige.

O vento desértico que sopra pelo telhado em nada esfria a caldeira que há abaixo de vigas tão mornas, tarde afora. Se nada pode esfriar o que derrete as engrenagens do sistema. Já é, por certo, esperado que não se consiga ordenar tão bem as cartas deste infinito jogo de palavras.

Mas, como não dedico praticamente nada a ninguém em especificidade estas vazias palavras, abundantes em forma, protetoras de um frágil batimento cardíaco, vou deixar a livre câmbio a interpretação de todo o escrito. Quem me conhece, por certo não me deixará mentir.

Porém, ainda acredito que, como tudo tem sua razão de ser, escrever isto não é diferente. E para palavras tão polidas em embrulhadas existe uma impressão aguda de uma ruína virtual, porém, certas vezes, bastante desesperadora.

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