sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Retrospectiva rápida de 2010, 2011 & Cidade

Olá, leitores.

Realmente, como podem constatar, faz muito tempo que não escrevo aqui. Ninguém deu pela falta, também... Já faz duas semanas que o nosso ilustre 2011 chegou, trazendo poucas novidades em relação à 2010, tirando o novo Belzebú de Saias e sua equipe de malfeitores, que veio substituir a equipe de malfeitores anterior. Meus amigos "não-politizados" perguntam "E daí? Ela não pode fazer um bom trabalho? " ou então dizem que não querem discutir isso, mandando logo um emoticon ":S" no final, indicando um profundo incômodo. Visto isso, não vou longe em falar de política, não vale mais à pena.

Sobre 2010, posso dizer que foi um ano bastante conturbado. Foi o ano em que tive que arcar com diversar escolhas que fiz. Foi, sem a menor sombra de dúvida, o ano que mais me ensinou coisas. Quando coloco-me para pensar nos erros, uma luz vem, da janela, em que, outrora, estivera escuro. Envergonho-me de muitas coisas escritas aqui, pintadas com uma veemência, com uma raiva, sem precentes, e que, no final das contas, resultou em um grande, como dizem na internet, FAIL.

Pois se existe algo que se aprende rápido quando se é jovem, é que não é possível mudar as pessoas, mas elas mudam mesmo assim, expostas à radiação de um sol, o sol do mundo delas, o pequeno sol que apenas elas vêem. Entendendo isso, chega-se à conclusão de que este blog representou o quartel do exército de um homem só. O homem que olhou, à luz do luar, e do quente sol do meio dia, indescências de pessoas que apenas pensam em seu pequeno existir, o que lhes satisfaz completamente.

Não me extendo, já publiquei uma carta pública pedindo desculpas. Me sugeriram estilos de texto, me sugeriram técnicas. Não me comprometo, entretando, a segui-las. Cada um tem seu jeito de escrever. Assim como um escritor do romantismo difere de um do arcadismo, o mesmo se aplica aos blogs, guardadas as devidas proporções. Por exemplo: Meu estilo, sentimentalista, humanista, não combina com o estilo despreocupado e atirado do blog "Ato ou Efeito" e nem com o jeito humorista e interneteiro do "Nãointendo"(SIC).

2010 passou assim, do ponto de vista desse blog. 2011, vai ser pior. Vai ser um vazio na comunicação. Escrever em público implica responsabilidades, entre as quais arcar com comentários e ataques de pessoas que não concordam, sendo assim, à partir de agora, vou ser tão arroz e feijão quanto a minha "flexibilidade ideológica" permitir. Pois é bem verdade que todos odeiam o Sarney, mas, como sabemos, as pessoas criticam a figura, e não o problema que está por trás dela (No caso do Sarney, coronelismo). Hoje as pessoas não vão além, e quem vai tem que se equiparar à quem não vai. Essa tendência não mudará nos próximos tempos. E, à medida que ela não mude, espere menos textos aqui.

Quanto à cidade, digo que fico um tanto triste com o jeito que ela é tratada hoje. A imagem que aparece inicialmente é daquela capital com orgulhosos habitantes. Mas o que se revela, na verdade, aos nossos olhos, é uma capital de terceiro mundo, desolada, revestida de concreto, cortada por rios poluídos, crivada de favelas em seus limites de urbanização (Não, Heliópolis não é urbanizada, chama-se, necessariamente, favela), milhares de carros soltando muito óleo, o qual respiramos junto ao "ar nosso de cada dia".

O que fizeram com o centro? O que fizeram? Embora a Paulista ainda faça parte do coração da Cidade, gostaria muito de ver o Centro da Cidade como área comercial. A especulação imobiliária cuidou para que isso não fosse possível por muito tempo. Visando vender mais e mais, montaram áreas fantasmas, lotaram de prédios. Algumas deram certo, como a Paulista, outras deram errado, como a Berrini. O problema do Centro é que as novas empresas se dirigiram para áreas de alta especulação, e o Centro estava sendo deixado pelas firmas naquele momento. Todas as atenções estavam direcionadas para os novos locais, com prédios modernos, infraestrutura de última geração, etc... (Embora, na Paulista, o Metrô só tivesse chegado em 91), e nesse meio tempo o Centro foi ficando abandonado.

Tudo bem, talvez esta teoria esteja meio falha, mas um fato é que essa deterioração se deve, também, ao pouco sentimento das pessoas que moram em São Paulo. Aqui é um centro econômico, portanto as pessoas daqui só trabalham para fazem sua vida, comprando seu carro e seu celular, não lhes importa que o Centro seja bonito, quando passam lá, não observam os grandiosos prédios do século passado, não comtemplam mais os prédios oficiais de um tempo em que a arquitetura importava, não, passam lá só para se dirigirem à Santa Efigênia, ou à outros locais. Até entendo que visitar o centro não seja exatamente um grande programa, mas quando for para fazer algo específico, preste atenção na beleza dos edifícios, que mostram o despontar de uma máquina econômica (Embora tenha acelerado pouco, desde aquela época até hoje).

Enfim, é isto. O meu texto deve estar horrivelmente ruim, pois faz tempo que não escrevo, peço desculpas, caso vocês achem isso.

E mais um recado final:

A próxima coisa que devo fazer, é esquecer do computador, ler "Os Lusíadas" (que já comecei a ler) e andar por aí, fotografando a cidade e o bairro, caçando lascas de um passado que não conheci, infelizmente. Talvez, nesse tempo, não houvesse voz para todos, nem para quem vos escreve, mas isso não faria falta, haveriam pessoas confiáveis cuidando do bem geral. Os anarquistas de plantão chamar-me-ão de ingênuo, mas isso é pontinha de uma sociedade que, embora não perfeita, funcionara muito bem.

Abraços,
Pedro Pinheiro