Originalmente escrito em 8 de fevereiro
Um certo final se aproxima. Falta muito tempo, talvez, para muitos. Para mim, poucos, dado o fato de que se esvairá sem que se aproveite o máximo. Mas o que fazer se a força do acaso apresenta-se em forma de bifurcação? Duas estradas, mesmo destino. Gostos diferentes... Não sei.
Chove. Uma chuva de pesados sentimentos em cada um dos caminhos. Decisão impiedosa, determinante do futuro. Formas diferentes de se culminar na paulatina separação, deterioração, tempo afora, do que outrora trazia tanta satisfação astral. Não sei se fico, não sei se vou.
Na ácida chuva, fim de estrada reta, paro e penso, olho em diante e lembro de que nem sempre nos dotam de machados para abrir outra estrada. É ficar ali, até que o final se faça sentir, ou viver enquanto o presente lhe faz sorrir.
Mas, se afinal, o futuro de médio prazo há de apagar o presente tão brilhante, não causaria mais dores o final? E assim estaco, entre a dor do arrependimento ou do final. Nada parece adiantar em uma vida tão curta, em tempo tão curto. Todos, de relógio no pulso, as horas passam, o ano passa.
E tudo o que já não durava para sempre, passa a enjoar ou “tirar tempo” das pessoas. Tempo é dinheiro... E todos querem ganhar, sem saber que com dinheiro não se paga o preço da amizade.
Metaforizo porque deve haver quem brinde com uma taça de vinho tais relatos. Há; pois, de reconhecer a dor da indecisão, precedente de qualquer outra.
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Boa noite, leitores.