sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Era de mudanças

Pode parecer estranho à muitos, porém explico que não me agrada muito escrever sobre meu próprio indivíduo. Às vezes, isso me soa um tanto quanto intimista e egóico. Afinal, não acredito que um pequeno acontecimento que se suceda a minha pessoa - em regime de, definitivamente, nenhuma exclusivade - há de adicionar muito à experiência mundana.

Entretanto, me agrada escrever. E, caso julgue necessário, hei de narrar um pouco do que me aconteceu, apenas com o intuito de não deixar passar certos momentos em branco ou simplesmente delinear momentos de modo mais literário.

O momento - ou conjunto deles - em questão, foi uma passagem um tanto quanto diferente. É aquela diferença de ambiente, de turma e de situação que dá o velho atestado da passagem do tempo, mas de uma nova forma: os acontecimentos e suas reações a ele. A prióri, a passagem do tempo só era atestada por aquele algarismo que somava a um, a cada zero hora daquele trinta e um de dezembro.

Mas, agora, já devidamente registrado na receita e com a lata de cerveja na mão, a vida passará diante aos olhos com outro brilho. Já deixará de ser um requinte atormentar os bichos, bem como correr ao redor da casa - embora, a grande verdade é que, espero, todos já tenham deixado de fazê-lo há um bom tempo; porém acredito que tenham entendido a metáfora. Por mais que um ou outro passatempo ainda permaneça, a vida, de uma forma geral, muda... Agora a voz sai um pouco mais grossa e a barba cresce como uma grama preta, cercando o queixo.

Algumas dúvidas adolescentes se tornam certezas e agora somos donos de nossos próprios destinos, pois a casa dos pais não há de ser o destino final de ser humano algum. O tempo há de nos fazer voar, para longe ou para perto, mas para um novo destino por nós construído.

Mas o melhor - ou pior - de tudo é que isso é um flash, apenas. Não há muito o que pensar, apenas sabe-se. E nunca encontraria uma melhor cerimônia para ratificar esse sentimento novo como aquele bem comemorado natal, na casa dos "Pinheiro Paes Leme". O cruzamento entre estradas em que minha família encontrara os mais distantes descendentes do caçador de esmeraldas. Pessoas que, por certo, combinaram traços peculiares e brilhos de ambos os lados.

Sabe-se que entre o fotógrafo bahiano e o caçador de esmeraldas há grande distância. Mas isso releva-se, já que todos sob mesmo teto riem, dançam e cantam. Se há problemas internos, não há como dizer, porém, que as rupturas nos separam. Somos um brasão, que, se para uns é motivo de riso, para nós é motivo de champagne - e, quiçás, de mais cerveja.

Diria que são loucos aplicados, mas quem em sua loucura fazem o bem da companhia. Está comprada minha passagem para o clube. Uma dama, inclusive, me encantou muito. E acredito que haja recebido uma recepção perfeita pelos portadores do escudo.

Au revoir, Sapins!

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