É final de uma noite, ante a uma madrugada, primeira dentre outros próximos meses. Derradeiro final de noite em que tudo se encerra, talvez de forma bucólica, talvez de forma vitoriosa. Parei de fazer meus apontamentos e pus-me a passar dias jogando e conversando com bons amigos. Experiência que, por vezes, é matéria de meus apontamentos.
Com todo esse tempo passado, ponho-me a escrever. Meia-noite e vinte e três, bate o relógio virtualizado, no canto da tela de minha máquina de escrever eletrônica. Quis ter certeza de que sequer uma impressão das últimas férias deixasse escapar das válvulas da memória.
Foi um tempo de bonança, de boa alma, de descanso e, também, um período de observação. Observar as relações entre as pessoas, e o que as determina. Tenho um número de coisas a escrever sobre caso e acaso. Mas isso não vem ao caso. Não no presente momento.
Sombras do futuro me vieram a mente. Memoráveis tempos projetaram silhuetas de um belo futuro. Mas é, talvez, apenas o risco de uma bonança... O risco de se acreditar que ela é permanente. Nada dura para sempre, se todos, um dia, morrem. Se virarmos estátuas, são apenas pedra de nossa carne e osso. Alma ausente. A bonança é apenas a trégua que o incerto tempo lhe dá para que repare as velas rasgadas.
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