O que não faz um pouco de cerveja? No limite do ser humano médio sempre está a boa breja que vale a semana... Todos sentados na mesa de madeira sem pensar na utilidade das palavras... Metade delas se perde ao som do motor do Volksbus, que passa levantando a poeira da sargeta; a outra em conversações desconexas. Tudo começa aí, aquela boa gasolina à mente/alma/soul/espírito/qualquercoisaquepreenchaoseuser.
Alguma vez você já sentiu que poderia morrer que tava tudo beleza? Nosso personagem já, acho. Diz-se pelo vocábulo tradicionalmente proferido pelo clã da erva seca que tudo o que precisamos é de vinte segundos de coragem insana. Ora, como jovem, não posso pensar em uma verdade tão grande. Mas a alma precisa estar abastecida. Sua vó já dizia: saco vazio não para em pé. A alma funciona do mesmo jeito.
Ou seja, o depressivo/deprimido no sentido popularesco da coisa é, por tabela, um covarde registrado. Ora, antes de se sentir ofendido, pense que falo isso por experiência própria.
Mas voltando ao prumo do assunto, digo que pequenas coisas (ou pequenas doses, dependendo da composição do sangue e da massa encefálica do cidadão), são, por vezes vistas como coisas que valem a vida fazer a pena. Claro, não uma ou outra, mas todas em conjunto.
E, de repente, em uma noite de felicidade depressiva (santo paradoxo, meu caro), você se acha com o pão quente no colo e umas idéias na cabeça. É tarde, para os padrões suburbanos e ser assaltado a mão armada é uma provável sina, como o bom paulistano sabe. O que você faz com vinte segundos de coragem alimentada à álcool (porque gasolina tá muito cara)? Claro, você ameaça mandar o filho da puta atirar se for se assaltar... E você morrerá com o pão na mão.
As notícias dirão, que um cidadão morreu, levando pão quente para casa. Se o que você é para os amigos não é imortal, ao menos ser morto com o pão quente no colo, voltando para casa após a cervejada, há de te fazer minimamente memorável.
... Talvez...
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