Uma justificativa ao suposto fracasso
Não é novidade para ninguém que o ofício de qualquer ser humano é viver. Não importa muito como. Cada qual tem seu próprio jeito de ser e viver e o que diz respeito a nossa vida, só a nós compete. Sim, um perfeito discurso de Orkut, no qual só falta os erros gramaticais. Ou faltam. Pronto, temos um.
Porém, gosto de escrever sobre minha falha jornada, porém, por "eufemiotimismo" prefiro chamar de "fase de testes". Gosto de citar meu pai, que diz em um poema de sua juventude "embalaram-me monstro". Se filho de peixe, peixinho é, de alguma forma muito tenho de meu pai, faltando apenas a vida por vir.
O ofício aqui, não é o de sobrevivência -- esse trabalha apenas com hipóteses e dados binários e intermináveis circuitos. O ofício a que me refiro é a tarefa de acreditar em modelos que, decididamente, não funcionam mais. E, claro, não poderia ser fruto de qualquer outra peleja que não fosse aquela velha entre coração e sanidade.
É fácil agir com sanidade se o coração pesa leve. Mas quem determina isso não somos nós, é a nossa casa. Ainda que eu ache que os duros são apenas pessoas que se fazem de secas por cima do coração mole... Mas sem delongas e antes que isso lacrimeje piegas, tenho como objetivo explicar porque me é difícil não escrever.
Escrevo porque há papel, pois se não houvesse, fala-lo-ía. Ora, isso acabou. Ler todos lêem, mas e procurar o sentimento? Em época de leves penas e plumas viajantes, a quem escrever? Todas ocupadas, pessoas lêem correspondências durante a madrugada e apressadamente respondem. Ainda sim. Faço o que sei fazer, e se não faz questão de a meu patamar subir, procuro então outra deusa. Enquanto espírito não faltar, palavras também não irão.
Estou, provavelmente apto a me tornar um fracasso nato. Mas em "A lógica do estepe" fui muito claro, existem outras formas de se resolver problemas passionais. E sempre existem produtos mais baratos no mercado.
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