quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Tempo limite

Do alto da Ponte Eusébio... Do nascer do sol até o cair da noite. O vento tênue varre a poeira de forma precária de cada um dos ônibus e carros parados em uma tétrica seqüência, que combina irracionalidade com a falta de perspectiva de algo melhor. E então, o último raio de luz bate, deixando lugar à Lua, que teima em aparecer antes que nossa grande estrela incandescente se esconda de nossos horizontes para iluminar o dia e outros cidadãos.

O dia termina, deixando pessoas em suas casas, para alimentar um ciclo interminável, lutando contra o abafado sono, e quase amordaçado pela rotina diária. Nesse meio, em que o corporativismo impera e que prevalece o Q.I. (Quem indica), não há nada a ser feito, que não seja observar o lento passar das horas através de um sujo visor, que, há horas, o acompanha, sob suor e partículas suspensas. Tão suspensas, que certamente poderiam suspender a qualquer pessoa de sua rotina, tendo que tomar remédios para conseguir ao menos respirar.

E da janela de um ônibus, que pode ser, com justiça, de caminhão de gado. Na nossa mania de ser Livestock, está um conformismo brasileiro. E enquanto isso imperar, as partículas em suspensão vão continuar congestionando nossas vias aéreas, já emparedadas de dióxido de carbono. E mais um dia começa como terminou. Dentro da caixa de papelão sobre pneus, compactado feito fardo de algodão prestes a ser carregado em um trem.

Att.,
T. R. P.

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