quarta-feira, 20 de outubro de 2004

O tira mentiroso

Nota de 25 de Setembro de 2011:

Preste bem atenção, meu caro leitor. Este texto foi escrito por minha pessoa aos sete anos de idade. Sei que talvez não fosse a melhor das idéias publica-lo aqui, porém foi um texto muito eleogiado (Se considermos minha idade), e gostaria que todos o lessem, mesmo que, se comparado à minha escrita atual de nada valha.

Talvez hajam diversas incorreções, talvez hajam pontos de extrema esquisitisse literária. Mas, reintero, escrevi tal obra aos meus sete anos de idade.

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O Tira Mentiroso, Parte 1- Apresentação de Júlio e Cia

Eu sou Pedro, o que escrevo esta história como Pedro, mesmo.

O tira é o Júlio de Junho Machado: era um falastrão, mentiroso e demagogo e também disse que podia através da magia (todo esse negócio não existia) desarmar bombas de tensão 1 até a tensão 200-b. Nisto eu acreditei e quebrei a minha cara. Não era verdade, porque sempre quando alguma explosão está prestes a fazer efeito, ele se manda, e por isso ele é importante, pois pelo menos a gente fica sabendo que alguma coisa vai explodir na vila quando ele some.

O tira Mentiroso, Parte 2 - O conserto da vila Matias

Depois de uma explosão no mundo Lego um bilhete num toco de pau da minha cerca com o conteúdo “PROCURE” me recomendava procurar outros pedaços.

Desprezei o bilhete, pois já havia andado a vila toda em busca do exercício que o bilhete me havia lançado. Fui até a casa do Júlio, e vi uma nova porta para um cômodo estranho que dava para os fundos da casa que pertencia uma parte ao quintal do vizinho e outra parte ao quintal do Júlio. Estranhei pois aquele quarto e porta não existiam da última vez que o visitei. Fui ver o novo “cômodo”. Foi só eu tocar a porta com o dedinho e Júlio falou em tom bravo:
– NÃO TOQUE NESTA PORTA!!!!!! –
– Desculpa, desculpa, não faço mais – respondi.
– Espero – falou Júlio com uma voz meio desconfiada.
– Não desconfie, falei.
– Hum – falou Júlio, cruzando os braços.

Esperei Júlio sair da sala para fazer alguma necessidade. Ele foi ao banheiro e aproveitei para ver a sala nova.

Deu vontade de gritar MEU DEUS!!!!!!!!! (só não gritei porque Júlio podia ouvir).

Vou contar o que eu vi:
Um mural com 5 exemplos de bilhetes, um era Procura.
O segundo era “Ache os oito bilhetes e terá tudo que desejar”.
O terceiro dizia a palavra chave para aparecimento e desaparecimento: Kalem-Machad-Opalem.
O quarto dizia: "124676-lp-para adicionar “geogroaphicmanutencion” nível 5”.
O quinto dizia "REVERSO4-34688989O0"



Além disso vi tubos e frascos que continham fórmulas: 2H, 34PO, 4O
hCO7, 67O 5O, HB5, 8O790+56,50 E
SVB90+40 6OJY6+N.

Fechei imediatamente sem barulho quando ouvi os passos de Júlio, mas o susto eu levei mesmo quando eu pisei numa barreira contra invasores e caiu uma chuva de maços de papel seguida de um banho d’água e um alarme.

Levei um susto, pois não sabia o que fazer depois, mas aí eu vi uma janela ao fundo do corredor e pulei. O sofá do Júlio ficou no caminho dele e ele desmaiou com o solavanco, mais tarde eu vim com um remédio para dormir e dei para Júlio e ele dormiu profundamente. Aí arrumei todos maços e recarreguei a armadilha. O difícil mesmo foi carregar o sofá até o quarto para botar ele na cama. Aí saí de novo.

Ainda bem que ele dormiu uma hora, porque não percebeu que a hora que aconteceu aquilo tudo era a mesma e pensou que fosse um sonho quando acordou e viu o relógio.

Ele saiu do quarto e foi até a porta nova e fez uma ligação para um tal de João da Bomba:
– Alô – fala Júlio
– Oi – responde João
Júlio fala:
– João, os seus bilhetes de código de mistura das fórmulas são: 2H , 34PO, 4o+Hco7 , 67O+ 5O , HB5, 8O790+56,50 e SVB90+40 6OJY6+N . É só você ler com atenção os dois bilhetes, o  significa água e o resto instrui como montar o líquido explosivo que destrava a bomba na hora da explosão. Ah, João não posso esquecer de falar das vilas que vão ser atacadas: Vila Matias, Favela San Remmo, Favela 2, Favela do Carmo, Vila da Conceição, Rua Duque de Caxias e Av. do Barstoc.
– Só?! – pergunta João, e Júlio confirma que sim.

E Júlio fala tchau e João também fala a mesma coisa.
Acontece que eu gravei tudo o que Júlio falou ao telefone.Voltei para casa e ouvi com mais atenção aquele diálogo.

Quando ouvi melhor, me impressionei, visitei a casa do Júlio pela segunda vez na quinta-feira e de lá de dentro Júlio falou:
– Entre.

Entrei e dentro da sala tinha um tapete vermelho na porta dizendo “Seja Bem-Vindo”. Fui ver o que Júlio fazia na cozinha, e no momento pensei que estava preparando o líquido para a bomba, mas o que ele fazia era cortar cebola para o almoço.



Eu o chamei:
– JÚLIO!!.
E Júlio com seu jeitão fala:
– João! Por que veio tão cedo?

No momento que entrei na cozinha e ele me viu, ficou com uma cara pálida, como a cara de uma pessoa pega com a “boca na botija”. Mas eu tive que fingir que não sabia de nada e perguntei:
– João! Quem é esse daí??!!
– É um amigo íntimo meu.

Ele sempre vai falar isso para mim, pois eu não posso saber de nada deste esquema, pois ele sabe que perderá a sua profissão de delegado e se isso acontecer ele vai perder importantes informações policiais ao grupo de explosão.

Depois eu vi o tal caso e fui-me embora,

E também o mutirão de 67 pessoas e engenheiros reconstruiu o Hospital das Clínicas- @34-

O tira mentiroso -Parte 3- O segredo das fórmulas de Júlio

Pouca gente sabe, mas quem não sabe não é para saber.

Eu estava na minha mesa preparando o plano de flagra até Júlio se render.



Plano:

  1. Fazer uma vala no chão até a casa do Júlio

  2. Dentro da vala um fio comprido ligado ao gravador e na outra ponta um fone de ouvido.

  3. Deixar o gravador dentro da casa do Júlio e o fone na minha (através do controle remoto eu controlo o gravador).

  4. AÇÃO!!!!!.



“Se Júlio descobrir isto, eu estou frito”, pensei. Mas ele não percebeu
e eu disse a mim mesmo: “Ainda tenho que dar vida às câmeras microscópicas que vou colocar na camiseta de Júlio, na hora que ele for dormir”.

Coloquei as câmeras, e Júlio continuava de olho sem nada descobrir, mas a minha surpresa foi que, quando saía, eu derrubei o vaso de rosas de Júlio e ele quase acordou. O vaso por sorte não quebrou e consegui devolvê-lo ao lugar certo.

Tive que vir para casa correndo, pois já estava escuro demais para ficar andando por aí.

Abri a gaveta “Júlio” no meu armário para descobrir o nome das fórmulas na letra “F” e o verbete não estava no “F”, mas sim no “Z”. Achei estranho pois tinha arrumado meu arquivo sobre Júlio ontem mesmo e pensei: “Aí deve ter coisa”.

Não só este arquivo mas os outros também estavam remexidos, e cheguei a encontrar documentos na cozinha perto de um bloco de anotação junto a uma velha caneta de Júlio. Fui procurar a impressão digital mas logo percebi que não valia a pena pois Júlio é um larápio, e larápios não deixam impressões digitais.

Também vi marcas de sapato no chão e percebi que eram de Júlio mesmo, que usava uma sandália velha transformada em chinelo que vi no pé dele e até debaixo da cama mesmo e com isso descobri a sola dele, e também lavei para botar no arquivo

FALTA ILUSTRAÇÃO

Veja o documento acima (fig. 1)
Este arquivo encontra-se na letra “D”

Encontrei um papel na lata de lixo de Júlio manchado de tinta de modo que não dava para ler.
Mas li o que pude:


Vila Matias - Lego, 24/5/04 Júlio de J. Machado”.

Caro João

Você precisa preparar a dinamite, pois a favela San Remmo fica para ser
explodida esta semana.
Coloque a fórmula “4o+Hco” na aguarrás e ............................
....?????????
(Era aí que começava a mancha.)

Investiguei a mancha do papel e também guardei no arquivo.
Na hora de dormir fui para cama, e acordei às 4:00, o único horário que Júlio dorme profundamente, e fui verificar se perto do telefone estavam as fórmulas de que Júlio falara, e estavam mesmo. Peguei a receita das fórmulas e fiz o protótipo da bomba, só separei o detonador dela.

Peguei o ônibus e fui para a delegacia do Horto com a linha 177J-V. Matias-Horto.

Mas só mais tarde descobri que ainda era um ônibus que funciona por meio de ferros que giram e não por sistema eletrônico. É por isso que não tardou a quebrar e parar no meio do percurso, mas o motorista tentou insistir e acabou percorrendo apenas 500 metros.

Acontece que ele mudou o letreiro para “Caio|Castro” e não entendi por que não saiu do volante na hora que a gente ia ter que descer. Mas foi só um engano. O que ele estava fazendo era pegar uma chave para abrir a caixa de ferramentas que ficava na borda do vidro. O ferro giratório não tinha quebrado, mas por falta de lubrificação o ferro enferrujou. O motorista trocou e a viagem seguiu. Mas ninguém pegava o ônibus, só descia quem estava dentro do ônibus na hora que ele quebrou e então, apenas quando chegamos ao Horto, fomos descobrir que o motorista havia deixado o “Caio|Castro”.

Só ai o motorista percebeu que errou no letreiro.



Cheguei e perguntei ao delegado sobre o arquivo de Júlio. Ele respondeu que achou e eu entreguei a ele o líquido da bomba. Ele guardou e disse:
–É do Júlio?
–É!
–O problema é que o Júlio pode fazer tudo isso sempre que quiser, e também parece que ele tem um comparsa chamado João...
– Da Bomba! – ajuntei.
– Bom nesta academia de polícia os dois não trabalham mais, mas você pode pesquisar isto. É bom você pesquisar na UNAPEL. E vai ter que pesquisar muito.
Tive que voltar à vila Matias para descobrir qual seria a academia dele.

Para pesquisar isto fiquei 2 horas na minha escrivaninha, e mais 2 na UNAPEL (Unidade de Arquivos de Pessoas do Estado do Lego).Achei o arquivo dele na biblioteca de arquivos, mas não existia um registro de todos os lugares em que ele trabalhou. Mas constava que tinha trabalhado na Delegacia do Horto (DH).

No final descobri que ele estava na Delegacia Geral do Cemitério Parque dos Pinheiros (Décimo Quarto Batalhão do Lego). E era delegado. João da Bomba era um dos tiras desta mesma delegacia. Na verdade, eram terroristas e queriam destruir as vilas para ganhar dinheiro de uma organização de contrabandistas da vila Matias.

Mas o delegado tinha razão, tive que pesquisar muito mesmo. As pessoas sempre acabam tendo alguma coisa a alertar por mais ralé que seja seu pensamento (eu não quero dizer que o delegado é propriamente um burro). Quando achei, Júlio se ferrou. Fiz a denúncia à polícia federal do Lego e ele foi preso. Dois dias depois, João da Bomba também foi capturado e preso.

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Recado original, anexado ao final do conto, na época:


Recado do Pedro - Escritor do livro

Caro Leitor

Aqui este fascículo de amostra grátis acaba. Fale se gostou deste texto,
que ai eu escrevo mais e reúno esta história a mais outras neste mesmo livro.

Abraços do Pedro!!!

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